domingo, 30 de novembro de 2008

Aprovados com distinção

Eu não percebo nada de música, mas sei que os meus sentidos ficaram muito satisfeitos com o concerto dos Mercury Rev, ontem à noite, na Aula Magna. E isso basta-me. Provavelmente, um dos melhores do ano.



a.

Não dá para tirar as marcas de cerveja dos nomes dos festivais?

Se falar muito ou pouco de uma banda serve para avaliar se ela é muito boa ou dispensável, então devia-se falar muito mais dos Zita Swoon.



Vou, finalmente, apanhá-los em Portugal, no Super Bock em Stock. É uma espécie de festival de Outono e com um cartaz quase irrepreensível. Só é pena não dar para ver tudo, porque os concertos distribuem-se por várias salas de Lisboa, todas nas imediações da Avenida da Liberdade, nos dias 3 e 4 de Dezembro. É escolher. Eu vou pedir o multiplicador emprestado ao Calvin para tentar ver Marcelo Camelo, The Walkmen, Peixe Avião e Zita Swoon. Isto no dia 4. No dia 3 é capaz de não valer a pena sair do Maxime.


3 de Dezembro
Cabaret Maxime
21h30 - 22h30 Norberto Lobo + Jack Rose
23h00 - 00h00 A Fine Frenzy
00h15 - 01h15 El Perro del Mar

Teatro Tivoli
21h30 - 22h30 José James
23h00 - 00h00 Santogold

Cinema São Jorge (sala 1)
21h30 - 22h30 Ladyhawke
23h15 - 00h15 Rui Reininho

Cinema São Jorge (sala 2)
21h00 - 22h00 doismiledois
22h30 - 23h15 Os Pontos Negros

Teatro Variedades (Parque Mayer)
21h00 - 21h30 The Guys from the Caravan
22h00 - 23h00 Caravan Palace
23h30 - 00h30 Tanya Stephens


4 de Dezembro
Cabaret Maxime
21h30 - 22h00 The Profilers
22h30 - 23h30 DeMarco

Teatro Tivoli
21h30 - 22h30 Marcelo Camelo
23h00 - 00h00 The Walkmen

Cinema São Jorge (sala 1)
21h30 - 22h30 Phoebe
23h00 - 00h00 Deolinda

Cinema São Jorge (sala 2)
21h00 - 21h30 João Coração
22h30 - 23h30 peixe:avião

Teatro Variedades (Parque Mayer)
21h00 - 22h00 Lykke Li
22h30 - 23h30 Zita Swoon - a band in a box
00h00 - 01h00 X-Wife

a.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

if you put it on! yeah!



rock de saia curta. sexy!

enough said,
r.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Little Joy for them, happiness for me

Os nomes e as primeiras linhas do projecto fazem acreditar que temos aqui um belo presente de Natal. Os "Little Joy" são Binki Shapiro, que conseguiu um lugar na banda por ter um nome espectacular; Rodrigo Amarante, dos Los hermanos; e Fabrizio Moretti, baterista dos The Strokes. Os três abandonaram as bandas onde estavam (não sei se definitivamente) para criarem algo fresquinho e bem misturado que me parece uma receita de sucesso. Consta que a ideia nasceu numa das margens do Tejo, na nossa Lisboa. Sempre me pareceu um lugar propiciador de boas ideias. O disco de estreia já anda por aí desde o início do mês. Há três musiquinhas no myspace.

a.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

trapézios



como dediquei o lado musical do meu dia a este senhor de nome Sam Beam, achei justo dar-lhe o protagonismo deste post.
já houve quem tenha jurado que esta é a música da sua vida; já houve quem tenha dado as mãos inesperadamente ao som dela; neste momento, numa cidade qualquer, alguém regressa a casa de um serão bom com ela no estéreo do rádio, de sorriso nos lábios e coração quente na noite fria; e eu, confesso, que já tive uma pessoa ao meu lado com a 'trapeze swinger' no repeat do leitor e de cabeça poisada sobre os braços apoiados na mesa.

eu, simplesmente, gosto muito dela.

r.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

wish list with one wish

é pá, esta malta não acredita, mas eu queria mesmo uma JUKEBOX pelo natal!
preferencialmente com dylan.

alguém sabe se o Santa tem blog?

agradecido,
r.

go get her go get her...



x.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Mais dos Bowerbirds

Pimeiro porque eles merecem; depois porque percebi que o concerto que começa no Economy Candy continua pelas ruas de Nova Iorque.

É curioso olhar para as pessoas e perceber que ficam um bocadinho indiferentes a tudo o que se está a passar. Eu provavelmente parava o que estava a fazer e acompanhava-os só para ouvir mais umas musiquinhas.





a.

domingo, 16 de novembro de 2008

mp3 ou lp?

"..., record covers have been a repository, not so much for aesthetic excellence, but of stylistic and sub-cultural propaganda. (...) record covers have been the way trends, fashion and tribal affiliations are promulgated."
adrian shaughnessy, designer.

r.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

encoding storage retrieval

há nesse propósito uma intensão deliberada. não apenas de exorcizar demónios, essa memória que nos persegue... mas, sobretudo, de os conservar. em tanques de formol.




é que nesses becos escuros a luz tem forma de tristeza fragmentada.

x.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

já que sou o único sem videos!


E eis que o Ray senta-se, pega na guitarra, acena aos cúmplices e dá os primeiros acordes de um qualquer momento que ele torna, não sei, acho que mágico. Não interessa, a verdade é que cá andarei sempre pronto para o escutar.

Já agora, "be here now" não vos é daquelas coisas simples e fáceis de dizer mas onde a língua trava, atrapalha-se e solta outra coisa qualquer, muitas vezes sem sentido? 
Nos cenários que me tocam lá vou deixando o Ray o dizer por mim.

r.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

PHOSPHORESCENT: simples [folk] simples


Vale a pena ouvir e chorar um bocadinho com a Wolves. Lágrimas bem gastas.
Phosphorescent é também responsável por uma frase que se transformou no meu lema:
'I am a full grown man, I will lay in the grass all day'



É mais um artista da editora Dead Oceans, que me trouxe os igualmente bons [melhores?] Bowerbirds.



Já agora, este video foi filmado na Economy Candy, uma espécie de super-mercado familiar de doces que existe desde 1937 no Lower East Side de Nova Iorque, onde se encontram os velhinhos chocolates e rebuçados dos tempos dos nossos avós. Bem, dos meus não, que são portugueses, mas dos avós de muitos nova-iorquinos.

a.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

to all the eternal sunshines

hoje fui ver quem não devia, agi como socialmente é suposto agir-se nestas ocasiões, controlei unicamente o que pude e vim embora, não porque queria mas, agora sim, porque devia. 

e eu que só a queria ver mais uma outra vez. 

enfim.


hey, mr. tambourine man, stop playing songs for me, ok?


r.

domingo, 9 de novembro de 2008

land of opportunity

Paralelamente às minhas inclinações e valores políticos andei atento ao que se passava para lá do Atlântico, não só nesta recta final, mas desde o duelo que opunha Hillary a Obama. Não vou comentar, analisar, ou sequer tomar alguma posição nisto, espero só um dia pensar em boa felicidade que sou contemporâneo a um homem chamado Barack Obama, aquele que acreditou e fez acreditar, motivou uma nação de tal modo que motivou o mundo.

Vou, em vez, tentar reproduzir um exercício que vinha a fazer no comboio a caminho de Aveiro: lembrar-me das coisas que me são boas e importantes provenientes desta nação. Já que a sua cultura, produtos e costumes tomam uma boa parte das nossas vidas. Pelo menos da minha.

Ora, começando:

Esta é a terra onde o Woodstock se deu e muito afectou, onde Jimi Hendrix ensinou a todos que a guitarra não se toca unicamente virada para a equerda, com a corda mais grave em cima ou sequer com palheta, onde Jim Morrison abriu as portas ao lado obscuro de tudo que possui luz, onde Heath Ledger pegou num Joker já pavoroso e transformou-o no sociopata que desde então irá assim ser lembrado, onde o Iron and Wine escreveu a bela e analgésica Passing Afternoon, onde se criou a melhor parábola da sociedade do séc. XXI passada em Princeton - Plainsboro Teaching Hospital e centrada numa personagem de nome House (encarnado num inglês é certo, mas pronto), onde um rapaz loiro e desleixado chamado Kurt pegou na batuta de maestro da minha geração rasca e fez com que tivessem cuidado connosco (Nevermind everyone!!), onde Tim Burton nos mostrou um fabuloso cavaleiro sem cabeça, um doce Jack e até mesmo um Edward com uns dedos "esquisitos" e que nos vai agora mostrar também a sua Alice (não estão ansiosos?), onde o sr. Paul Rand ensinou que o design não é uma concha vazia que apenas embeleza (não andou sozinho nisto, mas este é americano), onde nasceram e muito nos mostraram Charles and Ray Eames, onde se ouviu, cravando-se em pedra para a eternidade: "i have a dream", tornando a cor com qual se nasce algo para ser entendido como um quase nada, onde Marylin Monroe mostrou que se pode ser sensual sem que se lhe aponte o dedo da ordinarice, onde um grupo de rapazes por causa da compota da avô Pearl decidiram chamar-se Pearl Jam aventurando-se a fazer umas "músicas", onde aconteceu a Seattle dos anos 90 (long live grunge!!), onde o Jeff tornou-se imortal com um único album, hope you're living in grace, r.i.p., onde um pai Copolla primeiro faz uma trilogia que simplesmente se tornou no melhor "filme" de sempre e depois cria uma Sofia, também ela cheia de virtudes, onde se gera um movimento musical chamado new metal, que acabei (com um oceano no meio é certo, mas) por fazer parte íntegrante e que nos deu além da música um modo de vida e uma data de valores onde o saudoso skate e a guitarra eram mais que uma tábua com rodas ou uma caixa com cordas, onde se inventou a fórmula secreta mais cobiçada em todo o mundo e que me faz dizer "não há hambúrguer como o do Ramona e este nada é sem a Coca-Cola a acompanhar", onde Jack Kerouac mostrou que não precisamos de viver a vida de uma maneira só confortável, but On the Road, onde o Bob achou-se rapaz para se chamar Dylan, o Cohen, Leonard, o Cash, Johnny, a Amos, Tori (sabiam que os rapazes maus vão para Pele?), a Simone, Nina e já agora o Presley, Elvis - the king has left the building - são quem são, onde se ergueu uma cidade que se considerou ser a Nova Iorque, em que a altura perto do Natal com neve certinha, as luzes da cidade a aquecer, o cachecol apertado dentro do casaco e com o sopro quente para as mãos fechadas à frente da boca me é cinematograficamente mágico, onde a Pixar disse que a bonecada vai seguir um novo rumo - e o que muito lhes agradeço sempre que sai um novo filme! 'bora wall-e, o importante é nunca desistir! Mesmo que para isso tenhamos que percorrer o universo com um extintor...

E entretanto chego à estação de Aveiro, muito haverá ainda por relatar, lembro-me vagamente de Sonic Youth, Smashing Pumpkins, Star Wars, Apple, NBA, Michael Jordan, Tarantino, Pulp Ficition, Zach Braff, Seinfeld, Adam Brody, e quem sabe, Barack Obama. Tudo o que vou indicando são coisas que me ocuparam e ocupam generosa parte do meu tempo e dedicação, mas não será por isso que vá sentir-me americano, nem por sombras. Daí que em relação a estas eleições só lhes tenha dado a atenção devida, mas como tudo o que eles decidem ou fazem nos vai invariavelmente tocar espero estar a assisitr à bem falada mudança.

Bom, vou é por-me a andar que, aqui pela Europa vai na volta e faz frio. Deixo-vos com uma frase que me parece apropriada neste momento, "anyone can cook" já dizia o chefe Gusteau no início do Ratatouille. Yes, we can, chef Gusteau, yes we can.


r.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

yes they can...


2/3 cups de margarine or butter
5 squares (1 ounce each) unsweeted chocolate, cut into pieces
1 3/4 cups sugar
2 teaspoons vanilla
3 eggs
1 cup all-purpose flour (don't use self-rising flour)
1 cup chopped nuts

esta parece-me a melhor receita para celebrar a vitória de barack obama. não estou a brincar acabo de transformar esses ingredientes nuns portentosos e festivos brownies. até o nome me parece apropriado.

sabia-se que hoje se faria história no estados unidos da américa. não se sabia era a dimensão dessa histórica eleição. e os números vieram mostrar um américa cansada, perdida, ferida ... uma américa desejosa de mudança. essa promessa que não escapa a nenhuma campanha eleitoral, mas que demora em cumprir-se... iraque, saúde, educação, uma recente crise financeira mundial começada precisamante em território americano e uma recessão provocada por uma política bélica contra o terrorismo. muito longe vai o superávit de triliões de dólares deixado pela presidência clinton...



barack obama chega a presidente, depois de uma renhida batalha travada dentro do partido democrata. para trás deixou a mulher que todos consideravam a figura melhor preparada para desempenhar o cargo, hillary clinton. também ela prometia fazer história ao ser a primeira mulher a ganhar as eleições para a presidência da potência americana.

o candidato afro-americano soube jogar como nenhum outro nos meios de comunicação (o dinheiro gasto na campanha, 700 milhões de dólares, ajudam a máquina) e o slogan da campanha, yes we can, afirma a confiança de um povo que há muito não se revê em bush




a história não está apenas na vitória do candidato, o primeiro afro-americano a ser eleito presidente mas, também, na sua expressão. foram história os 66% de eleitores que compareceram nas urnas. há 100 anos exactos que nenhumas eleições atraiam tantos cidadãos. em 1908 foram os republicanos que venceram... há 40 anos que dixville notch, new hampshire, uma cidade de 75 habitantes, a primeira em contabilizar os votos em todo o país, não dava a sua eleição a um candidato democrata... a florida, um estado decisivo nas últimas duas vitórias de bush (não vale referir o clima de fraude eleitoral que se viveu em ambas as eleições em especial na que opôs bush a al gore, the one who used to be the next president), foi conquistada pela candidatura democrata assim como outros estados com poder decisório também conhecidos por swing states (ohio ou virginia). tudo isto fez com que, com 338 delegados alcançados pela canditatura de barack, mais que expressiva, fosse uma vitória esmagadora.


esta vitória foi em definitivo "a resposta dada por jovens e velhos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, asiáticos, nativos americanos, homossexuais, heterossexuais, pessoas com deficiências e pessoas saudáveis. Americanos que enviaram uma mensagem ao mundo, a de que nunca fomos apenas um conjunto de indivíduos ou um conjunto de Estados vermelhos e azuis. Somos e sempre seremos os Estados Unidos da América." (Barack Obama, recém eleito president of the usa)

mas é nisto dos estados unidos serem hoje e sempre os estados unidos que preocupa muitos europeus, africanos ou asiáticos. é que a política em washignton, mais interesante e interesseira que a do resto do mundo, funciona através de mecanismos muitas vezes ocultos. e a margem de manobra do novo presidente pode estar desde o ínicio travada pelos ínúmeros interesses que confluem no capitólio a na casa branca.

a obama comparam-no a lincoln, presidente que tomou posse após a abolição da escravatura, e a roosevelt, o histórico presidente que conseguiu 4 mandatos e enfrentou a pior crise que os eua conheceram, o crash da bolsa de 1929 e a 2º grande guerra.. . tão altas expectativas acarretam um enorme perigo. o de desiludir aqueles que nele votaram e contribuiram para a história. mas também aqueles que por todo o mundo depositam no senador de chicago a confiança para uma mudança brutal na relação da primeira potência mundial com o resto do mundo. e o mesmo cenário que contribuiu , em definitiva, para a vitória democrata pode ser responsável por essa mesma desilusão.

há no entanto quem discorde desta leitura. "é mais importante ainda que com a sua eleição se constituiu uma daquelas nebulosas a que chamamos "um movimento". um movimento quer dizer milhões de pessoas que antes não se interessavam por política, uma geração nova que aprendeu como a política se faz, e um discurso que faz para as pessoas e é persuasivo para a maioria delas. isso não percebeu quem vaticina que obama vai desiludir. sim um homem pode sempre desiludir-nos, e daí? mas a msitura de pessoas novas e ideia novas demora a criar e não desaprende de um dia para o outro. essa vai levar-nos longe." (Rui Tavares, historiador, in público 05/11/2008)

links:

discurso completo da vitória de Barack Obama

top 10 dos vídeos de apoio a barack

x.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

"and now, our moment of zen"


Pouco há a dizer e tudo a aprender sobre esta admirável confissão. A coragem, o momento, o local, e uso da palavra "flatulência" em vez do vulgar palavrão. Louvável!
A beleza de uma verdade dita assim sem medo e preferencialmente num microfone à frente de umas boas centenas de pessoas é de trazer a lágrima ao canto do olho, nem que seja pelas naturais consequências daquilo que ela aqui desabafa.

Força Jessica, estamos contigo! (salvo seja!...)

r.

untitled

eu sou o terceiro indivíduo. estabelecido um importante pressuposto: "contribuir com toda a espécie de música, desde que seja toda ela deprimente"... não outro motivo me levou a aceitar o convite que me foi feito... queria dizer que... pela parte que me toca, utilizarei as mais variadas referências para ilustrar um universo pertubado, ora mundano e vicioso ora perto da inocência a roçar a castidade...

x.

Com a mão direita sobre o peito

Prometo contribuir com toda a espécie de música, desde que seja toda ela deprimente.
A vantagem de sermos três é que assim conseguimos garantir quantidade e variedade.
A desvantagem de sermos três é que assim há três vezes mais preguiça. De maneira que, a meu ver, não há garantias de nada: nem de quantidade, nem de variedade, nem de qualidade, nem sequer de que o blog vá para a frente.
A experiência diz-me que a maior parte destes projectos arranca devagar e acaba depressa. Neste caso, apesar de não ter garantias, aposto num arranque lento e numa vida longa e próspera. Isto porque os três indivíduos que aqui escrevem - vão escrever - são inteligentes, têm muito para oferecer, gostam de música e, principalmente, querem atrair miúdas... e alguém disse-lhes que isto podia ser uma boa solução. Há que tentar.

a.