quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

a Saramago e a todos,

fico triste,

li à pouco na mesa do café, a reportagem de uma jornalista do público, que não me recorda o nome, sobre o lançamento do último livro de José Saramago que se deu ontem no auditório do CCB. a dita reportagem, além do irrelevante espaço disponibilizado pelo jornal retrata o que menos de interessante por lá se passou. também lá estive e tirei muito mais daquelas horas do que ela agora me transmite, ou por outra, filtrei os assuntos doutra maneira. centrada mais nas piadas (sempre boas, mas de momento) do autor do que na sua luta académico-literária perante o reconhecimento e conflito entre autor e narrador e na já histórica batalha do mesmo para com a falta de seriedade que se tem abordado os (nossos) direitos humanos, o relato desta jornalista deixa escondido o que de lá devia ser trazido aos ouvidos (neste caso, olhos) de todos.
desde o discurso da entrega do prémio Nobel que Saramago alerta para o desprezo da sociedade dos seus próprios direitos, mas parece que nada serve falar se os canais devidos entopem, como se prova.

fico triste,

que quando alguém com o estatuto de Saramago tenta reforçar, esforço atrás de esforço, a atenção de uma mínima audiência para este assunto, nem uma jornalista de um órgão de comunicação nacional de eleição lhe ligue patavina.

fico triste,

que poucos farão mais do que lhe sugar histórias e não o tentem ouvir.

fico triste, mas não farei tal coisa. irei juntar-me a uma luta e voz que é também minha, aliás, de todos.
ainda não sei qual a minha arma nesta batalha, mas faço por descobri-la.
para já, exponho os ditos direitos em link em anexo.

sem mais,
agradecido a José Saramago por ainda se partilhar desta maneira,
desejo-lhe as rápidas melhoras,
r.


Declaração Universal dos Direitos Humanos, assinada em Nova Iorque no dia 10 de Dezembro de 1948,
www.cirp.org/library/ethics/UN-human/

Fundação José Saramago,
www.josesaramago.org

4 comentários:

in a blog, under the sea disse...

mas afinal o que é o camarada disse?

x.

in a blog, under the sea disse...

faltou-me aí um que... ai a dislexia.

x

in a blog, under the sea disse...

falou do contexto criativo da "viagem", do jantar onde tudo começou a desenvolver-se, da sua recente doença, do facto de não perceber porque não tirou proveito da condição quase terminal para fazer o seu "poema da dor" e que, em sua vez, escreveu, para ele, a sua obra com mais humor. nos entrentantos, quando conseguia, falava sobre os assuntos que mais lhe importavam ao usar aquele palco, que eram como digo, os direitos humanos e o facto de, na sua perspectiva, tar-se a ignorar cada vez mais os autores nas suas respectivas obras.

r.

Clem disse...

Já leste o livro? Estou curiosa...